Caraterização Espacial

O bairro Guamá, localizado na zona sul de Belém, Pará, é o mais populoso da capital, com uma estimativa populacional superior a 100 mil habitantes. Situado às margens do Rio Guamá, sua delimitação territorial é definida pela Lei Municipal nº 7.806, de 30 de julho de 1996, que especifica sua área como compreendida pela poligonal que se inicia na interseção da margem direita do Rio Guamá com a projeção da Passagem São Cristóvão.

No bairro, encontra-se a Cidade Universitária Prof. José da Silveira Netto, sede principal da Universidade Federal do Pará (UFPA), bem como o Hospital Universitário João de Barros Barreto, também vinculado à UFPA. Além disso, o bairro abriga uma faixa portuária destinada a cargas e transporte de passageiros ao longo da Avenida Bernardo Sayão, assim como algumas casas de eventos.

História

Registros históricos indicam que, em 1746, foi estabelecida a Fazenda Tucunduba na área que atualmente corresponde ao bairro do Guamá, em Belém do Pará. Em 1755, a propriedade foi adquirida por padres mercedários, que instalaram uma olaria e um engenho. A fazenda estava situada próxima ao igarapé do Tucunduba, um dos marcos geográficos mais característicos da região, que à época era associada a pobreza e carência de recursos (JL, 2019).

Durante esse período, a hanseníase era considerada uma enfermidade devastadora, fortemente relacionada às péssimas condições de higiene e saneamento. Os escravizados constituíam o principal grupo afetado. Os doentes eram comumente referidos como “Lázaros”, em alusão ao personagem bíblico, um mendigo que, segundo a parábola de Jesus Cristo, sofria da doença. Os asilos destinados aos hansenianos eram denominados “lazaretos”, origem do insulto “lazarento” (JL, 2019).

No primeiro momento foi feita à identificação do meio físico relevante para o trabalho, ou seja, delimitou-se os limites da área de abrangência do estudo, através de observação in loco, por mapeamento analógico e digital (setores/mapas), além de plantas da área. Essa etapa foi realizada conjuntamente com técnicos da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – FAPESPA e representantes do Instituto Ágata .

Observação e identificação os imóveis

No segundo momento foi realizada a observação dos imóveis existentes na área, devidamente identificados para controle dos mapas de cadastramento. Para isso a equipe de supervisores e coordenados do Instituto Ágata realizaram a consolidação, reconhecimento e adequado encadeamento, através de observação direta e perceptiva nas áreas alvo do estudo, com o objetivo de cadastrar as ruas, quadras e as unidades habitacionais (endereços) especificando o tipo de uso (residencial com morador, residencial sem morador, residencial com comércio, comercial ou em construção), conferindo, fazendo a associação das inclusões ou exclusões na planilha de arrolamento/anotações, que posteriormente foram utilizadas pela equipe de campo quando da realização da coleta das informações.

Caracterização do estudo e plano amostral

De forma a garantir a obtenção de números definitivos sobre o volume populacional, e para garantir a existência de informações, o levantamento teve caráter amostral, isto é, com amostra de 947 domicílios da área do estudo, distribuída de forma proporcional entre os 79 (setenta e nove) setores, de acordo com número de domicílios. Por ser um estudo amostral, a margem de erro alcançou 3,1% para mais ou para menos.

Para uma melhorar distribuição da amostra e análise dos dados foram criados três eixos de investigação, considerando a proximidade com a Unidade da Usina da Paz, a saber:

1. até 500m da Unidade da Usina da Paz;
2. mais de 500m a 1.000m da Unidade da Usina da Paz e
3. mais de 1.000m a 1.500m da Unidade da Usina da Paz.

Orientação e treinamento

Realização de atividade preparatória/reunião, com a participação da equipe de campo, supervisores, coordenadores, além de representante e técnico da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – FAPESPA. De modo geral, essa atividade teve como objetivo informar sobre o levantamento, discutir o planejamento, definir a estratégia de campo, orientar e treinar os entrevistadores.

Tática de coleta e entrevistado/respondente

A aplicação do formulário foi realizada através de visita domiciliar, de forma pessoal, face a face, sendo o chefe da família o responsável pela informação.

O conceito utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE foi adotado para definição do chefe de família, a saber: Pessoa responsável pelo domicílio, ou assim considerada pelos demais moradores.

Os formulários foram aplicados entre os dias 02 a 10 de setembro de 2024.

Concomitante a aplicação do formulário, foi utilizada a lista de arrolamento/anotações das ruas, previamente preenchido na segunda etapa do estudo, a qual apresentará o resumo das situações identificadas nas áreas e controle dos casos onde não se faça possível à realização do cadastramento, indicando a necessidade ou não de retorno do cadastrador no período previsto para a realização dos trabalhos. As recusas de informações, domicílios fechados e comércio também serão cadastrados.